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Você sabe o que é ‘nova masculinidade’?

Alguma vez na vida você se sentiu prejudicado por ter que seguir um certo padrão de comportamento masculino? Teve que segurar alguma emoção, demonstrar força (física ou emocional) quando parecia impossível ou parecer durão para alguém e consequentemente acabou escondendo problemas graves, que teve que levar sozinho nas costas?

Pois é, esses acontecimentos acima são comuns e frequentes entre muitos homens e o termo que vem sendo utilizado para esses comportamentos é masculinidade tóxica.

A masculinidade tóxica é representada através de comportamentos diários que, num primeiro olhar, parecem normais, mas no final do dia pesam para quem faz e para quem recebe.

Ela – essa toxicidade – é vista em simples diálogos que retratam a normalidade desse comportamento: um homem que sente vergonha em compartilhar anseios e medos com outras pessoas, porque ele necessariamente precisa ser forte e aguentar tudo; um homem que não pode se expressar da maneira como quer (por meio  de música, fala, roupa ou qualquer outra forma) sem ser julgado; um homem que tem que carregar todo e qualquer fardo – profissional ou pessoal – sem reclamar ou dizer que não é capaz.

Esses são alguns exemplos de comportamentos destrutivos para o próprio homem e para quem convive com ele, já que esse endurecimento emocional é extremamente prejudicial para quem se sente na obrigação de tê-lo e para quem precisa lidar, de fora.

É um assunto delicado e que precisa ser tratado com calma, pois essas imposições de atitudes são construções culturais feitas ao longo dos séculos, que podem não ser percebidas à primeira vista.

O tema é tão latente e carente de pautas, que o Think With Google preparou no ano de 2018 uma edição do Dossiê Brandlab que abordou a “Nova Masculinidade” – termo que vai na contramão da masculinidade tóxica.

Dossiê BrandLab – Think With Google

A “nova masculinidade” se refere a uma mudança nos padrões de comportamentos: o homem passa a deixar de se pautar por pressões e estereótipos de gênero e começa a sofrer graduais transformações, que aos poucos mudam as tão tradicionais percepções de que homem que é homem não chora, não se cuida, não fraqueja.

E o dossiê revela dados muito preocupantes: a taxa de suicídios é quase 4x maior com homens do que com mulheres, e isso, provavelmente, ocorre por conta da repressão de sentimentos e enfrentamento de problemas emocionais.

Imagem: retirada do Dossiê Brandlab – Think With Google

Dá pra notar que a repressão de sentimentos e a imposição de comportamentos pode gerar muita infelicidade, o que certamente, não é bom para ninguém.

Mas a mudança cultural e de hábitos está chegando – de mansinho – e transformando a masculinidade (em sua forma tóxica) como conhecemos há tanto tempo.

O que tem de novidade nessa história é que agora a busca é para reverter fatores nocivos, e tem gente boa empenhada nisso.

Veja só essa lista de filmes, documentários, livros e artigos que tratam do tema:

Essa lista é bem democrática com o tipo de conteúdo, já que você pode assistir, ouvir ou ler 🙂

É bacana também dar uma olha no movimento que algumas marcas já estão fazendo:

A Gillette desenvolveu esse comercial mostrando cenas onde homens e meninos praticam bullying, agem de forma agressiva e assediam mulheres, em uma narrativa normal e aceitável no início.

Mais adiante surgem reflexões e críticas contra esses comportamentos, acompanhadas de cenas com proposições para significativas mudanças: agir contra agressões e repressões, além da valorização da gentileza, da empatia e do raciocínio.

Vale a pena se inteirar do assunto e entender que não se trata de ‘mimimi’ ou de nomenclaturas criadas para deixar o mundo mais chato. É um assunto que trata de saúde mental e física, e precisa ser levado a sério.

Desconstruir padrões impostos, quaisquer deles, ajuda na busca para ser quem você quiser ser.

Até a próxima!

Por Mariana Müller Delamura

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8 Comentários

  1. Filipe disse:

    Existe qualquer tipo de dados ou pesquisas transgeracionais que reforcem essa hipótese? Porque só a ideia de que exista uma “masculinidade tóxica” já soa como um indício de que o lugar da masculinidade na sociedade está sendo cada vez mais cerceado, o que por si só já seria a maior justificativa de uma grande parcela desses suicídios. Afinal, em tempos de elevação de tudo que é feminino e rebaixamento de tudo que é masculino, jamais se pensaria em falar em uma “feminilidade tóxica”, não é verdade? Em segundo lugar, com que propriedade se pode afirmar que esses suicídios são em decorrência de um comportamento “masculino tóxico”, e não por uma feminilização no comportamento do homem? Foi feito qualquer tipo de autópsia psicológica nesse sentido? Acho que as hipóteses apresentadas são vagas, sem respaldo estatístico, e que talvez só contribuam pra denegrir o papel masculino em uma sociedade que tenta restringir e problematizar cada vez mais o papel do homem. PS: respaldar afirmações sociológicas por marketing empresarial com público alvo específico ou por grupos com agendas políticas, é no mínimo irresponsável.

    • Key Design disse:

      E aí Filipe, beleza?

      Então, a masculinidade tóxica é um termo que se refere a uma visão de que “homem não chora, não manifesta sentimentos, nem qualquer tipo de vulnerabilidade”.
      Esse termo não se refere ao sexo masculino de forma isolada, mas sim a um comportamento que visa inibir a liberdade de qualquer homem que deseja agir, sentir e ser o que e como quiser. E isso não tem nada a ver com rebaixamento de tudo que é masculino, muito pelo contrário, porque se qualquer homem puder agir da forma como deseja, desde que seja ético e moral, estará tendo liberdade… E liberdade não passa nem perto de rebaixamento, não é mesmo?

      Os dados sobre suicídio foram tirados do Dossiê Brandlab do Google, que cita um pesquisador – sociólogo Michael Kimmel, da Universidade Stony Brook – no seguinte trecho:
      “E o que as estatísticas mostram sobre a masculinidade tóxica? Seus efeitos colaterais. Para o sociólogo americano Michael Kimmel, fundador e diretor do Centro de Estudos dos Homens e das Masculinidades da Universidade Stony Brook (NY), esse ideal de masculinidade imposto está diretamente ligado à dificuldade masculina em falar de sentimentos e aos indicadores de suicídio serem muito mais altos entre homens do que entre mulheres. ”

      Ou seja, o que é abordado de fato, são os níveis de dificuldade que os homens têm em demonstrar e falar sobre emoção e sentimento, considerando que muitos deles são inibidos de alguma forma na infância e no decorrer da vida, e de como isso pode ser tóxico para eles.

      Não se trata de restrição, problematização infundada ou agenda política, o tema abordado visa mostrar um problema real que atinge principalmente a saúde do homem, que diversas vezes precisa seguir um padrão comportamental preestabelecido e pode sofrer com isso.

      Em momento algum denegrimos a imagem do homem, do masculino ou incitamos ‘feminilização’ no comportamento do homem. Da mesma forma, não utilizamos o marketing empresarial para respaldar afirmações infundadas, já que nosso papel enquanto marca e enquanto blog é difundir e discutir assuntos importantes e que agreguem de forma positiva ao nosso público.

      Somos a favor de qualquer tipo de liberdade: seja a de sentir, de viver da forma como deseja ou de ser o que deseja… sem que isso seja um problema para outras pessoas.

      Agradecemos o comentário! Discutir e ter a possibilidade de ampliar o conhecimento sobre qualquer assunto é enriquecedor para nós!

      Valeu!

  2. wallace disse:

    Excelente artigo! não pelo conteúdo mas pela posição de vocês. Deixando de comprar com vocês hoje mesmo! um ótimo trabalho.
    Daqui a pouco tão vendendo cueca de renda ou maiô masculino no estoque.
    Infelizmente esse assunto de masculinidade tóxica eu duvido e muito que tenha sido criado por homens mesmo que queriam melhorar outros homens, pois soa bem ofensivo.
    O bem na verdade é que uma geração pra outro, homens não souberam criar outros homens, dai surgiu essa variedade de maus exemplos na sociedade e agora querem que todos paguem pelo erro de poucos.
    Isso soa muito parecido com o que o google trends publicou a tempo atrás onde falava que o homem brasileiro estava buscando mais por “maquiagem masculina”, só pra aumentar o argumento dessa “nova masculinidade”.
    Pra mim é mais uma justificativa de enfraquecer a imagem do homem na sociedade colocando ele na posição de culpado.
    Mas valeu keydesign!!

    • Key Design disse:

      Oi Wallace, tudo bem?
      A ideia que o texto quer passar é justamente essa citada por você: que de uma geração para outra, homens (e mulheres) não souberam criar outros homens (e mulheres). E isso não tem nada a ver com deixar de ser masculino, acusar o masculino ou colocá-lo abaixo do feminino.
      A reflexão aqui é sobre esses maus exemplos que atingem muitos homens, e que precisam ser repensados e modificados, pelo bem destes próprios homens.
      É tudo sobre respeito e convivência ordenada. Em nenhum momento o texto rebaixa o masculino de forma isolada, simplesmente por ser masculino.
      O nosso posicionamento é sempre em prol do respeito ao próximo, independente de quem seja o próximo 
      Não deixe de comprar com a gente não! Trabalhamos diariamente da melhor forma possível para atender você e os outros clientes que curtem nossos produtos e nossa proposta!
      E valeu pelo comentário! Nós sempre acompanhamos tudo de perto para saber qual o posicionamento de vocês e o que podemos fazer para melhorar, sempre!
      Qualquer dúvida estamos aqui 
      Obrigado!

  3. Joel disse:

    Por acaso viram toda a negatividade gerada pelo comercial da Gillette? Conhecem movimentos como o dos direitos dos homens ou men going their own way? Essa caricatura do homem como ser do mal que precisa ser domado é no mínimo preconceituosa para com nós homens. Sem negar todos os problemas que as mulheres passam não se pode construir uma narrativa de que o homem é o problema pelo simples fato de ser homem. Assim como a imagem de tinha da gillette piorou após seu comercial, minha imagem da key design acaba de ser impactada negativamente. Já comprei com a marca, mas vou pensar duas vezes antes de comprar novamente. Este tipo de bandeira e visão distorcida da realidade não é o que eu apoio.

    • Key Design disse:

      E aí Joel, tudo certo?
      Nós vimos sim! Mas acreditamos que a intenção da Gillette não foi de acusar e apontar o dedo para os homens pelo simples fato de serem homens. Assim como não foi a nossa.
      Não dissemos que o homem precisa ser domado ou nos posicionamos de forma preconceituosa em nenhum momento, apenas levantamos alguns pontos que precisam ser discutidos para repensarmos como alguns tipos de comportamentos – os considerados tóxicos – são ruins e precisam ser modificados.
      A narrativa não é baseada no homem pelo simples fato de ser homem, mas sim em alguns posicionamentos masculinos que refletem de forma negativa na sociedade como um todo. Nossa intenção é promover reflexão para termos cada vez mais respeito.
      Agradecemos o comentário! Prezamos por boas discussões como essa 
      E Joel, não deixa de comprar com a gente não! Trabalhamos duro pra termos sempre produtos legais pra você, pro João, pro André ou pra quem quer que seja.
      Qualquer coisa estamos aqui! Valeu! 

  4. Pedro Martins disse:

    Poxa, muito legal ver um conteúdo assim vindo da Key Design. Da pra ver que a marca se preocupa em trazer um conteúdo relevante e que realmente se importa com seu público. Concordo 100%!! Esse estereótipo de homem “machão” não é saudável pra nós homens, e não faz mais sentido deixar de fazer alguma coisa por causa disso. Homem tem que poder se vestir e agir omo quiser sem ser julgado por causa disso. Vamos quebrar esses paradigmas!

    • Key Design disse:

      Fala Pedro! Tudo certo?
      Que bom que curtiu, cara! Essa é a nossa intenção sempre! Proporcionar um conteúdo que seja relevante e acrescente algo na vida de vocês 😀
      Valeu!

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